Desde pequeno sempre convivi com minha mãe tendo pesadelos. Por diversas vezes acordava de madrugada para acorda-la, e sempre voltávamos a dormir. Mas dessa vez, nunca tinha visto minha mãe tão apavorada. Era como se fosse a primeira vez!
Foi em uma madrugada de domingo, há uns seis meses atrás, eu havia ido dormir cedo, pois treinaria voleibol no domingo pela manhã, como de costume. Me despedi de minha mãe que ficara vendo televisão e fui deitar. Um pouco mais tarde, vi minha mãe indo dormir na cama debaixo da beliche. E a desejei boa noite, porém ela não me respondeu. Não dei muita importância, virei-me de lado e voltei a dormir!!
Minha mãe conta que naquela noite, alguém chegou em seu ouvido e disse:
— "Ivanilde não” e em seguida, o chapelão (minha mãe que se refere assim! Já que a “coisa” e, um cara alto todo de preto, cabelos brancos e um chapéu enorme) subiu nas costas de minha mãe, sufocando-a e disse:
— Estava com saudades...
Minha mãe começou a me chamar, porém a voz faltava, o sons eram enrolados, apesar de estar a poucos metros de minha mãe, jamais iria acordar... ela diz que mordeu o braço da coisa, que sentiu como se estivesse acordada!
E o bicho continuava a sufocar minha mãe, e ela a se debater, então ela começou a rezar o Pai Nosso, e a Ave Maria.
Ela diz que viu o bicho saindo de cima dela, e subindo para a cama de cima da beliche.
Minha mãe estava com medo de levantar e ir ascender a luz, medo de levantar e o bicho pular em suas costas, então ela me chamava e nada de eu acordar, nem um movimento se quer.
Tenho o costume de me cobrir e deixar um dos pés para fora, encostado no ferro gelado da cama, nessa hora eu por incrível que pareça, senti frio no pé, mas um frio extremamente incomodo e me mexi. Minha mãe gritou: ALEF, ALEF ascende a luz por favor. Ai eu acordei, e acendi a luz... ela estava chorando ofegante, toda suada.
Com a luz acesa, minha mãe ainda com muito medo, deu um pulo da cama dela para a minha. ficando estática olhando para a beliche de cima... como se houvesse algo lá!! Era umas três e tantos da manhã... nem eu e nem ela voltamos a dormir!!
Nunca tinha visto minha mãe com tanto medo. Estava nos olhos dela!
Nos dias que sucederam, minha mãe não queria ficar no quarto, por vários dias ela ficou dormindo na sala, no sofá.
E agora, dormimos todos os dias com a luz do banheiro ligada!!
Quando a minha irmã e eu éramos mais novas, nós passamos por coisas assustadoras na casa onde morávamos.
A nossa casa era de um certo modo muito tétrica — você ia andando por ela e sentindo calafrios. Quanto mais entrava nela, você sentia aquele bolo se formando no estômago. Ela tinha quase uns 50 anos quando nos mudamos para ela. Precisava de uma reforma urgente, mas era a única coisa que os meus pais podiam pagar na época. Eu tinha somente 7 anos e a minha irmã tinha 9. Nós duas tínhamos que dividir um quarto já que a casa tinha só 3 quartos e o meu pai tinha que usar um deles como escritório.
Em uma noite quente de verão, eu estava na cama de cima do beliche no meu quarto. Eu podia ouvir a minha irmã roncando na cama debaixo. Sem saber por que, eu sentei de repente na minha cama. Estava marcando quase 3:00 da manhã no relógio em cima da cômoda em frente ao beliche. Eu não sabia por que eu tinha acordado, mas sabia que tinha alguma coisa estranha lá. Pouco tempo depois eu comecei a sentir um cheiro ruim, como se tivesse alguma coisa podre ou algum animal morto no meu quarto. Eu olhei em volta, não dava para ver nada por causa da escuridão. Estranhamente, o quarto estava começando a esfriar. Eu estava começando a tremer, mas por algum motivo, eu não conseguia deitar de novo. Era como se tivesse algo me forçando a ficar sentada. Então eu senti como se alguém tivesse tirado as mãos de cima de mim, me deixando deitar novamente. Eu fechei os meus olhos, mas abri assim que senti algo pressionando o meu peito. Foi somo se alguém me apertasse 5 vezes, e logo depois mais 5 vezes. Eu odiei sentir aquilo. Quando acabou, eu me sentei de novo e vi um flash de uma luz esverdeada, e então alguém sussurrar com uma voz profunda: "Eles foram baleados no peito.." Depois disso eu senti um último cutucão no meu peito, mas dessa vez, BEEEM mais forte do que das outras, e então eu senti como se tivessem me jogado um balde de água completamente gelada.
Sendo a garotinha medrosa de 7 anos que eu era, eu comecei a chorar e a gritar pela minha mãe. Ela veio correndo e me disse que eu estava com o rosto muito pálido e estava gelada. Ela falou que eu tive um pesadelo, mas eu sabia que não tinha sido um sonho aquilo tudo. No dia seguinte quando eu estava me preparando para tomar o meu banho, a minha mãe olhou para o meu pescoço e o meu peito e soltou um grito, assustada. Haviam marcas de dedos — hematomas — pelo meu corpo, e a marca de uma mão no meu peito. Eu perguntei por que ela tinha gritado, mas ela só pôs a mão na boca e me abraçou.
Mas isso não foi a única coisa que aconteceu naquela casa. Cerca de dois meses antes disso, na noite do meu aniversário, eu estava indo para o meu quarto, para colocar o meu pijama novo. A minha irmã estava dormindo na casa de uma amiga, então eu iria dormir sozinha. Quando eu fui para a cama, eu vi uma mulher flutuando em cima de mim. Ela estava usando um vestido roxo, com um lenço branco na cabeça. Ela não tinha olhos, apenas dois buracos onde os olhos deveriam estar, como se tivessem sido arrancados, e um grande buraco no peito dela. Os lábios dela estavam se mexendo, mas eu não conseguia ouvir nada. Eu fiquei tão assustada que cobri a minha cabeça com o cobertor. Pouco tempo depois, eu coloquei a cabeça para fora, mas ela já não estava mais lá.
Agora eu moro na minha própria casa, com os meus filhos. Mas o que mais me assustou naquela casa, eram os sonhos que eu tinha lá. Eu sempre tinha pesadelos sobre pessoas que moraram lá antes de mim, e que levaram tiros no peito.
Nos meus sonhos, um homem grande e gordo com um longo cabelo negro e olhos pequenos, falava para a mulher que flutuava sobre a minha cama 'Eles foram baleados no peito'. E a voz dele é idêntica à que eu ouvi naquela noite em que eu senti as cutucadas no meu peito.
Moro no Japão há dois anos e meu relato aconteceu quando cheguei na cidade onde estou morando atualmente. Moramos em um prédio e nosso apartamento fica no quinto andar. Viemos morar com meu cunhado. Tenho um bebê de um aninho, e na época que eu vi o fantasma, ele só tinha 8 meses.
Eu sempre saía com ele no carrinho de bebê e ficava em um parque, em um templo perto de casa.
Acredite, mas eu estava lá sentada no banco com meu bebê, que dormia no carrinho. Era outono. Nesse templo tem umas estátuas chamadas Jizu. Eu não estou certa, mas acho que são como protetores de crianças e também realizam pedidos. Vou deixar um site que pesquisei sobre eles http://madeinjapan.uol.com.br/2009/09/20/jizo-o-guardiao-das-criancas/. As fotos abaixo, eu mesma tirei.
Estava sentada perto dessas estátuas, sozinha, com meu bebê. Não tinha mais ninguém, por ser dia da semana, crianças na escola e pais no trabalho.
De repente eu vi um garotinho que se aproximou de mim sorrindo e olhando fixamente para meu bebê, que dormia no carrinho. Então, só olhei pra ele, porque não domino o idioma japonês. Na hora pensei melhor ficar quieta, pois não sei conversar e pensei intrigada o que ele estaria fazendo fora da escola aquela hora.
Observando ele, eu notei que ele brincava no meio dessas estátuas, subindo nelas, e achei mais intrigante, porque os japoneses costumam ensinar a cultura aos filhos de respeitar esses deuses que eles creem.
De repente, o garotinho correu pra trás da estátua e sumiu. Fiquei observando aquilo de boca aberta e com muito medo. Quando me recuperei do susto, eu levantei, puxei o carrinho e fui pra casa o mais rápido possível, quase correndo.
Quando cheguei no prédio, apertei o botão do elevador e assim que ele chegou, entrei com meu filho e apertei meu andar. Estava pensativa no que tinha visto e comecei a duvidar, achando que foi uma ilusão de ótica. Olhei para os números dos andares que iam acendendo e vi uma coisa que nunca mais esqueço:
Encostada perto da porta do elevador, estava uma mulher de estatura baixa, magra, cabeça baixa e cabelos cobrindo o rosto, era meio transparente e não tinha pés. Nessa hora eu pedi ajuda à Deus, pois eu estava com meu bebezinho dormindo no carrinho. Aquilo ficou ali parada por alguns segundos e sumiu no ar.
Finalmente cheguei no meu andar e corri o mais que pude até o apartamento. Entrei, fechei a porta e pedi proteção à Deus.
Os relatos continuam após o anúncio
Estou enviando meu relato pra vocês, acompanho o site 'há pouco tempo, mas já li todo o conteúdo e acho fantástica a abordagem de vocês, este relato não é fake, só dei uma 'caprichadenha' na narrativa, mas é real. Acho que não precisaria pedir credibilidade, acredito que vocês dão fé em nossas experiências, do contrário, não fariam um site sobre isto né? Sem mais, é este ai:
Meu nome é Demian, moro em São Paulo, e sobre o meu relato, não sei como classificá-lo, entidade, espíritos perturbados, não sei. Sempre tive muitas experiências com o "lado de lá", sou católico e muitas vezes preferia que este tipo de coisa caísse sobre outra pessoa, mas não tenho escolha. Segundo minha mãe, isto está no nosso sangue, uma pessoa da família sempre herda isto, desde os nossos antepassados indígenas.
Curioso que quando uma coisa sobrenatural acontece com agente, tendemos a crer que foi um sonho, principalmente se aconteceu quando já nos deitamos, mas e se as circunstâncias foram tão adversas que é impossível tal questionamento acontecer?
Separei este relato em especial, porque pra mim, é indubitável e ao final você decidirá se foi loucura ou não.
É indubitável, primeiro porque mais de uma pessoa presenciou. Segundo, porque como é possível ser tão masoquista a ponto de imaginar e desejar tal situação?
Pois bem.
Na época, estava namorando com a mulher que hoje é minha esposa, mas naquela época o relacionamento estava muito, muito complicado. A gente discutia praticamente todos os dias por besteira, e todos os dias em que discutíamos na casa da sua avó, alguma coisa acontecia.
Vultos, passos, todas estas coisas que acontecem trivialmente e mesmo assim questionamos o sobrenatural em nossas vidas. Mas um dia a coisa saiu muito do comum.
Em uma das nossas discussões mais ferrenhas, ela virou pra mim e disse:
— Amor vamos embora, por que está acontecendo de novo.
Veja, nós estávamos acostumados com este tipo de coisa lá. Mas naquele dia eu estava com muita raiva de uma coisa e não quis ir, de birra mesmo, sabe? Eu também estava vendo, mas comecei a ficar naquelas de "Ah! Se vier alguma coisa, a gente reza e manda embora", e ela continuou pedindo.
— Amor 'vâmo embora porque eu já comecei a ouvir passos no corredor.
E a briga, mudou de foco, agora a gente brigava se ia ou não ficar na casa. É importante explicar uma coisa aqui, guarde isto pra entender o resto. Isto aconteceu no Bairro da Pompéia, em SP, e a casa de sua avó ficava há, talvez, dois quarteirões da casa dela, por isto a insistência pra irmos embora dali, já que era pra discutir, que não fosse lá.
Parecia que alguma coisa ficava feliz com nossas brigas. Tinha a casa com três cômodos, a área, um corredor que dava pra um terreno de uns seis metros, cheio de árvores e plantas até chegar na rua. Não tinha ninguém na casa naquele dia.
Eu continuava com minha teimosia até que eu senti algo pesado, como se alguém estivesse ali na casa, dentro da cozinha, bem no meio da gente. Aquela sensação foi tão opressora que me convenceu.
Sou Idiota né? Eu sei, eu também acho...
Pois quando saímos pra área, algo veio junto, passos de sapato. Já no corredor a coisa fez um barulho, que não sei descrever, mas era baixo. Nós, com muito medo, começamos a correr.
A coisa correu atrás.
Lembro que prestei, muita atenção nos passos, tinha o meu e o dela de tênis e o da coisa de sapato.
Como disse antes: "Ah! Se vier alguma coisa agente reza e manda embora"
Começamos, eu e ela a rezar, chegamos na área do mato e ai a coisa ficou feia. A coisa agarrou minha mulher.
Ela começou a gritar para que a largasse e eu entrei em choque, peguei o braço dela pra puxá-la, mas ela parecia ter três vezes mais o peso dela. Ela gritando "me solta, me solta" e eu pedindo à Deus pra sair daquele pesadelo.
A coisa riu e a soltou.
Corremos pro portão com uma dificuldade miserável, porque com o mato, a luz da rua quase não chegava na área e estava um breu.
Chegando no portão, a coisa meio que "me atravessou", ai sim está uma coisa difícil de descrever, mas foi como ficar perto da morte, um ódio tremendo, como se a coisa fosse me matar. Não sei dizer, sei que corremos até a casa dela, fiquei lá até umas onze e fui pra casa. (com a cueca mais pesada)
Detalhe: ninguém, ninguém na vizinhança ouviu agente gritar, Fuckin' ninguém ouviu!
Muitas coisas estranhas aconteceram naquela casa depois disso também, mais ou menos graves, ocorreram, mas já é outra história. Narrei esta porque foi um caso em que tinha mais de um envolvido, tipo "fulano não me deixa mentir" sabe?
De minha parte, acho que Deus permitiu isto para que eu fosse menos arrogante, menos egoísta com minha mulher, para aprendermos que existem coisas que se alimentam de raiva e sentimentos ruins ao nosso redor a todo tempo, e só não fica pior porque ele nos protege. Não sei... Quem sabe?
Em setembro de 1997 mudei para um apartamento grande, bonito, claro e arejado, em um prédio de classe média alta bem localizado, próximo à praia. Gostei muito do apartamento, mas nunca gostei de morar naquele local.
Nos primeiros dois meses corria tudo normal até que a partir de uma noite quando deitava para dormir, comecei a ouvir um barulho na porta da cozinha, como se alguém quisesse abrir a porta introduzindo a chave tetra na fechadura. Levantei assustada, fui até a cozinha na tentativa de ouvir passos ou voz de alguém, mas quando chegava lá, o barulho cessava e eu voltava pra cama. Quando estava quase dormindo, eis que começava o mesmo barulho na porta e lá ia eu, chegava e não ouvia nada e assim foi por quinze dias e quinze noites, em que eu só conseguia dormir lá pelas seis da manhã, quando o barulho parava. Já cansada das noites mal dormidas, decidi que colocaria um fim no que acontecia, quando ouvi o barulho começar, levantei e fiquei quase uma hora encostada na pia, no escuro e pensando:
Assim que eu ouvir o som de uma voz ou um suspiro, ligarei para a polícia para que ela venha e pegue em flagrante esta pessoa que está tentando há dias abrir a porta.
O tempo passava e nada do barulho voltar, silêncio absoluto, foi então que percebi que não se tratava de uma pessoa que fazia o incomodo barulho e pensei:
Que ingenuidade a minha! Claro que isto só pode ser coisa de algum espírito que não tem mais o que fazer do que perturbar minhas noites. Então exclamei:
Pois pode continuar a fazer barulho até cansar, que eu vou é dormir.
Fui para cama, deitei e a partir desta noite não ouvi mais barulho na porta, porém a coisa não parou por aí, meu filho que desde muito pequeno, de vez em quando via coisas estranhas, passou maus bocados neste apartamento.
Antes, voltando alguns anos atrás, quando ele estava com dois aninhos brincando com seus carrinhos e eu no sofá assistindo televisão, em certo momento ele parou de brincar e começou a olhar para os lados e dava risada, olhava e dava risada, estranhei e perguntei do que ele estava rindo, então disse ele: Do menino.
Espantada perguntei: Menino... filho?
Ele respondeu: É mãe. Incrédula perguntei: Como ele é?
Ele disse: É petinho (querendo dizer pretinho), na hora fiquei arrepiada e continue a perguntar: Onde ele está?
Ele olhou para um lado para outro e disse: Foi embora.
Não perguntei mais nada e fiquei me perguntando: Será que ele viu mesmo!?
Em outro dia brincava ele com seus carrinhos quando pegou um brinquedo e começou a oferecer, dizendo: Pega, pega, brinca, brinca.
Surpresa com a cena, perguntei: Pra quem você está dando o brinquedo?
Ele disse: Pro menino. Como já sabia do “menino”, não falei mais nada.
Depois deste dia, pedi para que minha mãe o benzesse e ele não viu mais o tal menino, até que aos cinco anos, meses depois que minha mãe faleceu, neste apartamento, a porta do banheiro ficava em frente a cozinha, e uma noite quando ele estava saindo do banheiro, viu uma luz branca andando na cozinha. Assustado, veio até mim correndo e tremendo com o que tinha visto, disse que a luz tinha andado da porta da cozinha até a parede e sumido. Depois de acalmá-lo, expliquei que talvez fosse o espírito da vovó que tivesse vindo nos visitar e que ele não tivesse medo se visse outra vez. Ele não teve outras visões até nos mudarmos para o novo apartamento, quando ele estava com sete anos.
Passado o episódio do barulho da porta, pensei que fosse algo passageiro e que nada mais aconteceria, até que numa noite estávamos na sala, eu assistindo um programa e meu filho no chão, brincando com seus carrinhos. Ele estava sentado, com as pernas cruzadas, quando de repente foi empurrado pra trás, caindo e batendo os cotovelos no chão. Ele, muito assustado, colocou a mão no peito dizendo:
Mãe, mãe, me empurraram, me empurraram aqui.
Eu imediatamente levantei do sofá e gritei muito nervosa para as quatro paredes:
Com meu filho não, não sabe brincar, então deixe meu filho em paz!
Meu filho já sabia do caso da porta, já sabia também que tinha algo estranho no apartamento, então eu o instrui para que ele não sentisse medo, pois os espíritos se alimentam do medo e que ele ficasse tranquilo, pois Deus o protegeria.
Muitas vezes ele ouvia alguém o chamando e lá vinha ele me perguntar: O que é mãe?
Eu dizia: O que foi?
Ele: Você me chamou.
Eu dizia: Eu não. Deve ter sido algum espírito.
Outras vezes, ele brincando no quarto ou na sala, lá vinha ele muito danado da vida, dizendo que não conseguia brincar com tanta gente falando ao mesmo tempo. Ele ouvia vozes, mas não conseguia entender o que diziam.
Uma noite, eu estava assistindo um filme, e meu filho torcedor desde pequenino do Corinthians, tinha desenhado o emblema do time em uma folha de sulfite e colocado em cima de uma cesta de revistas que ficava ao lado da estante, quando de repente eu escuto um barulho, como se alguém tivesse batido na folha de papel. Quando olho, vejo a folha afundando na cesta e subindo, olhei para o relógio do videocassete, marcava meia-noite, apenas disse:
Ou é corintiano ou não é.
Continuei a assistir o filme tranquilamente como se nada tivesse acontecido.
Certa manhã ,estava eu na cozinha lavando a louça do almoço e meu filho no banheiro terminando seu banho para ir à escola quando ouço ele dizer:
É mãe? Mas como foi, mãe? Estava funcionando, como quebrou? É...?
Quando aconteceu, mãe?
Curiosa, fui até a porta da cozinha, onde dava pra vê-lo no banheiro ainda se secando e continuando a falar sobre algo que eu não fazia a menor ideia, então decidi ir até o banheiro e perguntar o que ele estava dizendo?
Foi quando ele me explicou que eu tinha lhe dito que o videocassete tinha quebrado e que não tinha mais conserto.
Eu nem acreditei no que ele me dizia, era tão fora da realidade, que perplexa perguntei:
Eu disse isso a você? Você ouviu a minha voz dizendo isto?
Você estava conversando comigo e ouvindo a minha voz?
Então ele respondeu: É mãe, era com você que eu estava conversando.
Eu tornei a insistir: Você ouviu mesmo a minha voz?
Ele disse: Ouvi.
Diante do surpreendente fato, só me restou explicar que não era eu, que o videocassete não estava quebrado, que eu não tinha dito nada, que certamente foi algum espírito que imitou minha voz, e que ele não fizesse nada que pedissem pra ele fazer quando ouvisse minha voz sem estar diante de mim.
Cada dia era uma surpresa sobrenatural rondando meu filho e as vezes a mim, mas não tinha como mudar daquele apartamento naquele momento, então o jeito era convivermos com os ilustres moradores do além.
Eu e meu filho tínhamos um acordo: Quem dormisse por último desligava a TV e a luz do corredor. Certa manhã acordo com a televisão e a luz ligadas, esperei meu filho acordar e disse:
Filho... você dormiu e não desligou a TV e nem a luz, lembra do nosso acordo?
Foi quando ele contou o porquê.
Mãe... eu não desliguei porque eu senti medo de levantar da cama.
Medo? Por que, filho?
Tinha duas pessoas encostadas na porta do quarto.
Como eram estas pessoas?
Era um homem e um menino.
E como eles eram, filho?
O homem usava uma calça marrom com suspensórios e uma camiseta branca, com um chapéu marrom e olhava com cara feia pra você. O menino usava um short azul com uma camiseta amarela e um boné azul, e também olhava feio pra você.
Mãe... eles ficaram um tempo na porta... aí... eles andaram até a janela e ficaram parados ao lado da TV e olhando com cara feia pra você.
Eu senti muito medo mãe... por isso eu não desliguei.
Por que você não me acordou?
Porque eu fiquei com muito medo, cobri minha cabeça com o lençol e fiquei segurando seu braço até que eu acabei dormindo.
Só Deus sabe a revolta que senti ao saber que meu filho passava por uma situação apavorante como esta e eu sem poder defendê-lo.
Esperei meu filho ir à escola para acertar as contas com os tais fantasmas, me coloquei no meio da sala e falei em alto e bom som...
Deixem meu filho em paz! Em nome de Deus, eu proíbo terminantemente que voltem a perturbá-lo. Pela última vez, nos deixem viver em paz e desistam, pois aqui não conseguirão o que querem.
Depois disto não perturbaram mais meu filho, entretanto, com o passar dos dias, comecei a desenvolver um medo inexplicável, um medo apavorante em abrir a porta para sair, eu não conseguia entender o tamanho pavor que sentia em entrar no box para tomar banho. Me tornei uma prisioneira dentro daquele apartamento. Não ia mais ao banco, nem ao supermercado, não visitava minhas amigas, não levava nem ia buscar meu filho na escola, transferi todas minhas atividades para o pai do meu filho e só tomava banho quando ele chegava em casa.
Esta sensação de pavor durou dois meses, até que um dia comecei a me perguntar o porque daquele medo, por qual razão eu sentia aquele medo inexplicável? Foi quando percebi que só poderia ser coisa de algum espírito se divertindo e se alimentando do medo que sentia, e decidi por um fim naquela situação. Respirei fundo, me enchi de coragem e fé em Deus, e entrei naquele box, me vesti, fui até a porta, abri e disse:
Nunca mais me prenderão neste apartamento, porque nunca mais sentirei medo.
E deste dia em diante, passei a sair todos os dias e a paz reinou naquele apartamento até o dia que me mudei.
Oi, chamo-me Onilson, tenho 20 anos e moro na região norte do país.
Eu já tinha me decidido que não falaria disto com mais ninguém, entretanto, ao dividir minha experiência com as pessoas, penso que provavelmente isso me ajude a esquecer este absurdo que ocorreu, fazendo com que um dia talvez, eu possa melhorar. É uma forma de desabafar.
Bem, o que ora passo a escrever, aconteceu comigo, meu irmão Charles e meu amigo Ricardo, há cerca de uns quatro anos atrás, quando no final de uma festa, íamos para casa, no meio da madrugada e nos deparamos com o bizarro.
O relógio marcava 3 horas da madrugada, o céu estava nublado e a noite estava muito escura, quando saímos de uma festa de aniversário, em direção às nossas casas.
Claro, tínhamos bebido demasiadamente, mas por já estarmos acostumados, quase nem fez efeito tanta bebida.
Então saímos e pegamos a pista. Após andarmos por certo tempo, Ricardo então disse:
— Vamos pegar um atalho que conheço. - Concordamos e fomos.
De repente, em uma certa parte do caminho, notamos um cheiro terrível, podre e azedo. Subitamente enevoou e não conseguíamos ver mais nada. Meu irmão então disse:
— O que é aquilo? - Olhamos e vimos vários cachorros passando de um lado para o outro, como que guardando algo, entretanto eles pareciam estar mutilados.
Então, logo um daqueles cães veio em nossa direção, qual não foi o nosso espanto ao ver que não tinha um dos olhos, entretanto, rosnou muito para nós.
Ricardo pegou um pedaço de pau e jogou no animal, que se espantou e correu. Meu irmão xingou e reclamou que pisou em algo melado. Percebemos que o chão estava todo melado com uma gosma bem nojenta, sendo que o mal-cheiro não parava.
Dali a pouco, começamos a ouvir vozes desesperadas gritando: — Por favor! Por favor! Salve minha alma! Salve minha alma!
Pensamos: é palhaçada de algum imbecil querendo nos assustar. Infelizmente estávamos errados. Não existia ninguém brincando conosco. O que nos fez chegar a esta conclusão, foi quando vimos várias pessoas nuas e deitadas no chão, voltadas pra cima e mexendo com os braços, como que, se estivessem afogando.
Meu irmão gritou: É um acidente. Claro, não poderíamos nos permitir fugir tanto da realidade. Só poderia ser um acidente horrível com muitas vítimas.
Errados de novo. De repente, chegamos bem perto pra ver o que era aquilo e concluímos que seres mutilados eram tragados pelo asfalto, como que se afogando em um mar negro. Nossa fé nunca foi lá essas coisas, entretanto rezamos como monges ao assistir aquele absurdo. Mas não foi tudo, aqueles pobres desgraçados, exigiam nossa ajuda, alguns até pediam nossas almas.
Olhei para os dois, eles, com seus olhos esbugalhados, diziam: — Onilson, isto não está acontecendo! Diga que não está! Não conversamos muito, naquele momento corremos feito loucos, pois concluímos, sem dúvida, que era uma visão clara do inferno, com suas almas condenadas.
No caminho, vimos algumas pessoas, mas não tivemos coragem de contar. Poderiam achar que éramos loucos.
Depois daquele dia parei de beber, de sair à noite e procurei uma religião. Meu amigo Ricardo morreu alguns meses depois, numa briga com um marginal por causa de uma rapariga, e meu irmão viajou para o nordeste e fazem anos que perdi o contato total com ele.
O divino foi meu maior testemunho e me protegeu de eu ser levado à loucura naquele dia infame, o qual nunca mais esqueci e que me marcou de uma forma muito forte, fazendo com que eu agora acredite que os mistérios do além estão presentes em nosso mundo, não importa onde.